Com o objetivo de controlar o uso de entorpecentes por motoristas, a resolução 460/2013 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) torna obrigatório o exame toxicológico para condutores profissionais das categorias (C, D e E). Apesar de já ter entrado em vigor no primeiro dia deste ano, a medida só terá efeito legal 180 dias após o início da vigência. Os motoristas que foram tirar a habilitação pela primeira vez, renovar ou trocar de categoria serão submetidos ao exame.
Efeitos Drogas para Caminhoneiros
O exame toxicológico permitirá detectar diversos tipos de drogas e seus derivados, sendo que a identificação de substâncias psicoativas. Contudo, os exames serão submetidos a avaliação médica, já que alguns motoristas também podem estar utilizando as substâncias psicoativas sob prescrição médica. Após todo o processo, um laudo será emitido sobre a aptidão do condutor
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), as principais ocorrências de acidente envolvendo veículos grandes acontecem no período da noite e com condutores suspeitos de terem feito uso de substâncias psicoativas. Entre as substâncias tóxicas mais utilizadas estão o álcool e os medicamentos “arrebite”. Atualmente, casos de uso de cocaína e maconha também têm sido freqüente entre os condutores, conforme informou o Núcleo de comunicação da PRF (Nucom).
Ainda de acordo com a Nucom da PRF, não há dados referente a acidentes nas estradas, provocados pelo uso de tóxicos. “Não temos essa fonte de pesquisa, pois só através de determinação judicial temos autorização para fazer exames deste tipo com vítimas de acidentes. A única coisa que podemos dizer é que geralmente, esses acidentes são de grande porte ou envolvendo dois veículos grandes”, explicou Mércia Araújo, coordenadora do Nucom. Na tarde de ontem, a Tribuna tentou contato com o Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-Ba) para mais informações sobre a realização do exame, mas não obteve retorno.
Uso de drogas contra o cansaço
O uso de anfetaminas por motoristas de veículos pesados tem se tornado frequente, principalmente como alternativa para enfrentar cerca de 20 horas de trabalho ininterruptas. De acordo com o Detran, o objetivo da regulamentação é oferecer maior segurança no trânsito em relação ao transporte de cargas e vidas, sendo estes os maiores responsáveis pelos números trágicos de acidentes nas vias e rodovias brasileiras.
Além de ser ilegal, o consumo de substâncias psicoativas durante a condução traz riscos à saúde. Segundo informações da PRF, apesar de o consumo ter como finalidade a perda do sono, estes medicamentos podem causar alucinações, perda de percepção, mania de perseguição e até causar sono, em alguns casos. “Já abordamos alguns motoristas em postos de combustíveis, totalmente descontrolados, falando que estão sendo perseguidos. Totalmente fora de si”, explicou a coordenadora.
Fonte: Tribuna da Bahia
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