Representantes do setor produtivo e de transportes de Mato Grosso não aprovaram a proposta do governo federal para o agendamento da entrega da soja no Porto de Santos, em São Paulo. A medida, que foi apresentada em reunião nesta terça-feira (28), em Cuiabá, visa diminuir as grandes filas no Porto. A intenção do governo é colocar em prática o novo sistema de escoamento ainda nesta safra, a partir de fevereiro.
De acordo com o secretário executivo do Ministério dos Transportes, Miguel Mário Bianco Masella, a programação é a mesma de qualquer viagem. “As empresas só vão descarregar se tiver certeza que no porte vai ter lugar para ele operar”. Para o secretário de Portos, Luiz Montenegro, a organização é essencial para que a fila de descarregamento funcione. “O esforço é para dar a orientação e apoio adequado, evitando o congestionamento na safra”.
No entanto, os setores responsáveis pela produção e transportes de grãos em Mato Grosso reclamam que o agendamento só deve transferir as longas filas que se formam no porto de Santos pra as estradas de Mato Grosso. ” O estado representa quase 30% da safra nacional de grãos, por isso há uma grande quantidade de caminhões rumo ao Porto durante a safra”, lembra o diretor da Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso, Miguel Antônio Mendes. Conforme ele, a medida é paliativa e não resolve o problema.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Cárlos Fávaro, acredita que o ideal era a construção de novos portos, melhoria das estradas, com alternativa para o escoamento nos portos do Norte do país.
Sistema
A nova medida prevê que as transportadoras se cadastrem no site do Porto de Santos para agendar dia e horário do descarregamento. O monitoramento vai ser feito por meio de sensores instalados no caminhões e também em pontos estratégicos da rodovia. Se o caminhoneiro estiver adiantado, terá que parar na rodovia e esperar. Se chegar depois do dia marcado no Porto vai perder a vez e precisará fazer um novo agendamento.
“Teremos possibilidades para os caminhoneiros pararem ao longo do trajeto. O governo irá definir quais são esses lugares”, conta o secretário adjunto da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT), Jonil Vilta de Souza.
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Fonte: Portal de Notícias G1
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