Um grupo de americanos e brasileiros formado por ex-executivos da Azul Linhas Aéreas e da americana Jetblue está lançando uma companhia aérea no país, dedicada ao transporte de cargas.
A Modern Logistics quer ser uma espécie de FedEx ou DHL brasileira, uma empresa de logística que terá na aviação seu principal modal.
A empresa acaba de fechar uma captação no exterior, que pode chegar a R$ 75 milhões, por meio da gestora carioca DXA Investments, de Oscar Decotelli.
Com uma frota de jatos Boeing-737 e turboélices ATR-72, a Modern pretende fazer para a carga o que a Azul fez para o mercado de passageiros: ampliar a presença em destinos menores, para onde as cargueiras hoje não voam.
“É um mercado completamente inexplorado no Brasil e podemos atrair carga que hoje viaja de caminhão, com todos os riscos de roubos e os problemas nas estradas”, diz o presidente da Modern, Gerald Lee, americano que se mudou para o Brasil em 2009 para fundar a Azul, ao lado de David Neeleman. Antes, foi vice-presidente da JetBlue.
despeito do alto custo do combustível de aviação, a Modern acredita que pode competir até mesmo em distâncias menores de 500 km.
Apenas 0,4% do volume de produtos transportados internamente no país viaja de avião. O mercado é formado, de um lado, por empresas pequenas com aviões velhos que prestam serviços para os Correios e, de outro, pela TAM Cargo, que atua com aviões de maior porte, em rotas como Manaus-Guarulhos.
Enquanto cargueiras tradicionais fazem apenas o transporte do ponto A ao ponto B e vendem espaço no mercado a vista, a Modern pretende firmar contratos de longo prazo e cuidar da entrega da origem ao destino final.
A frota rodoviária será terceirizada, mas a Modern fará o monitoramento eletrônico da carga. Serão criados 15 centros de distribuição em aeroportos ou redondezas.
O foco inicial serão empresas farmacêuticas, montadoras e outros fabricantes de produtos de alto valor agregado. Quando ganhar mais musculatura, a ideia é ingressar no mercado de carga expressa e comércio eletrônico, explica Lee.
Adalberto Febeliano, vice-presidente comercial e ex-Azul, lembra que há um grande potencial para transportar produtos proibidos de viajar no bagageiro de voos regulares de passageiros por questão de segurança, como material radioativo e de alto valor, como dinheiro.
As operações estão previstas para começar em março e a ideia é encerrar 2015 com cinco aviões. Em cinco anos, a meta é ter 40 cargueiros, metade 737 e metade ATRs.
Fonte: Jornal Folha de S. Paulo via Portal de Notícias UOL
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