Após o anúncio das novas condições do Finame PSI, que entre outras alterações deixou de financiar 100% dos bens, as fabricantes de caminhões buscam alternativas no sistema financeiro para começar o ano de fato, uma vez que o BNDES liberou as operações pela linha de financiamento no último 23 de janeiro, já considerado um mês perdido pelas montadoras. A maior parte delas opta por oferecer condições competitivas para financiar parte do valor do veículo que não poderá ser mais subsidiado integralmente pelo PSI.
Caso da Iveco, que por meio do Banco CNH Industrial lança uma linha de crédito como complemento à parcela não coberta pelo Finame PSI, com 10% de entrada do valor total e prazo de 72 meses (seis anos) para quitar o parcelamento do restante.
“A opção adicional de crédito que utilizamos é tecnicamente o capital de giro (linha paralela do BNDES), na qual ofertamos com o mesmo nível de taxa de juro do Finame PSI e mesmo prazo. Além disso, oferecemos ainda a opção de financiar esse complemento em 12 meses sem juros”, diz Jucivaldo Feitosa, diretor comercial, de marketing e seguros do Banco CNH Industrial, braço financeiro do Grupo CNH, que detém a marca Iveco.
O executivo considera que a taxa atual do Finame PSI ainda é interessante para o cliente: o juro, que em 2014 era de 6,5% ao ano aumentou para 10% aa no caso de grandes empresas e 9,5% aa para as pequenas e médias. Para ele, o fator mais impactante entre as mudanças é o índice de financiamento do veículo: o crédito via PSI passou a ser de apenas 50% do valor do bem para corporações de grande porte, e de 70% para as de pequeno e médio portes. Consequentemente, a exigência no valor de entrada é de 30% (pequenas e médias empresas) ou 50% (grandes empresas), bastante elevado para a compra de bens que muitas vezes superam os R$ 200 mil.
Já para o setor de máquinas agrícolas e de construção, os quais o Grupo CNH também atua, o Finame PSI ainda não está autorizado.
“Janeiro foi um mês parado para os segmentos passíveis de Finame e com o início das operações via PSI há menos de uma semana ainda não geramos novos contratos, administrando apenas os residuais do ano passado. Neste mês operamos normalmente com outros veículos, como a linha leve Daily, que é bem atendida por outras linhas de crédito, como o CDC”, avalia.
Para Feitosa, é cedo para indicar qualquer comportamento do mercado nos próximos meses, por ser um ambiente totalmente novo: “Dadas as condições e alternativas de crédito, acredito em dois cenários: um de mais mudanças, caso o mercado não reaja – e o governo é sensível a isto, a Anfavea e outras entidades estão em constante diálogo; ou uma segunda visão é que o mercado se acostume com este patamar de preço e condições, fazendo levantar uma demanda reprimida”.
Na mesma linha, a MAN Latin America, dona da Volkswagen Caminhões e Ônibus, anuncia sua proposta que considera “a melhor condição de financiamento do mercado”. Também por meio da complementação do financiamento via PSI com a linha de capital de giro do BNDES, intermediada pelo Banco Volkswagen, a montadora oferece crédito para financiar 100% do veículo, sem entrada, prazo de pagamento de até 60 meses e taxas a partir de 0,93% ao mês, conforme comunicado distribuído na quarta-feira, 28.
Por sua vez, a Ford tenta aumentar a atratividade do Finame PSI com entrada de 10% para quem contratar a linha de financiamento do BNDES. “É a condição mais vantajosa do mercado, mas outras opções de crédito, como CDC, continuam disponíveis, mas com taxas maiores”, informa em nota.
A Mercedes-Benz também anunciou que passa a operar o Finame PSI a partir desta data por meio de seu banco e que também recorrerá ao capital de giro como forma de oferecer mais alternativas ao cliente.
Fonte: Portal de Notícias Automotive Business
Deixe um comentário