Desde o início de 2015 mais de mil trabalhadores do setor de transporte de cargas perderam o emprego em Mato Grosso do Sul. A estimativa é do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do estado (Setlog-MS), que aponta que o impacto na cadeia de produtos e serviços que atende o segmento pode ser cinco vezes maior, com o número de postos de trabalho indiretos fechados passando de cinco mil.
Segundo o presidente do Setlog-MS, Cláudio Cavol, as empresas do setor amargam neste início de ano uma queda expressiva no volume de cargas transportadas no estado. Em relação aos grãos, a queda no primeiro quadrimestre de 2015, conforme contabilizado pela entidade, foi de 20% frente ao mesmo período do ano passado. Quanto aos produtos industrializados a retração foi um pouco menor, mas também significativa, 15% na comparação do mesmo intervalo de tempo dos dois anos.
Cavol aponta três motivos para o momento difícil das empresas do setor. O primeiro foi o aumento da concorrência no segmento, provocado pela estímulo dado pelo governo federal nos últimos anos a compra financiada de veículos de transporte de cargas, o que provocou a redução das margens de lucros.
O segundo motivo, de acordo com o presidente do Setlog-MS, foi praticamente a conclusão do escoamento da safra 2014/2015 de soja do estado, o que gerava uma grande movimentação no setor, e o terceiro foi o aumento de aproximadamente 18% nos gastos das empresas com insumos como, por exemplo: pneus, lubrificantes e óleo diesel, entre outros.
A entidade aponta que com as empresas gastando mais e tendo menor lucratividade, a alternativa encontrada foi a da demissão de funcionários.
A crise no setor, conforme o presidente do Setlog-MS acaba refletindo na cadeia de empresas que prestam serviços ou vendem produtos para o setor, que também acabam demitindo.
“Para cada motorista trabalhando, empregado em nosso estado, temos a geração de cinco empregos indiretos, como mecânicos, borracheiros, frentistas de postos de combustíveis e mecânicos de concessionárias, entre outros”, calcula Cavol.
Com o agravamento da situação, o Setlog-MS projeta que até o fim de maio o número de trabalhadores demitidos pelo setor passe de dois mil.
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Fonte: Portal de Notícias G1
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