Aproximadamente 914 carretas, 18.270 toneladas e R$ 319.725 milhões em carga estão paradas nos pátios das transportadoras esperando por liberação por parte dos técnicos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A informação é do secretário do Sindicato das Empresas de Agenciamento, Logística e Transportes Aéreos e Rodoviários de Cargas do Amazonas (Setcam), Raimundo Augusto Neto.
A greve dos servidores da Suframa iniciou dia 21 de maio. Os números se referem ao resultado acumulado entre os dias 21 de maio a 12 de junho.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa), Anderson Belchior, afirma que o prejuízo alegado pelas empresas não é alarmante. “Estamos cumprindo como determina a lei de greve. Nesse caso, iniciada como consequência do descaso do governo federal com os servidores da Suframa”, destaca.
Ontem, os servidores da autarquia retomaram a rotina de atuação conforme foi decidido na assembleia do dia 15 de maio, quando foi deflagrada a greve.
O motivo foi o deferimento do juiz federal Rafael Leite Paulo ao pedido do Ministério Público Federal (MPF), reconsiderado a liminar que assegurava o funcionamento da Suframa com servidores da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz).
“Os auditores da Sefaz já receberam o documento de não comparecimento e nesta segunda-feira (15) já voltamos a funcionar com os 30% dos funcionários da Suframa, conforme determinação da justiça federal, e conforme já estávamos funcionando anteriormente a esse pedido”, enfatiza Belchior.
Alimentos perecíveis, materiais médicos, odontológicos, hospitalares e medicamentos têm liberação imediata.
Carretas
Enquanto isso, as carretas que não se enquadram nesses itens permanecem nos estacionamentos das transportadoras em Manaus, sem previsão para liberação.
“No Amazonas, a maioria (95%) das empresas tem pátios com seguranças patrimoniais. Porém, existem outras áreas que estão sendo afetadas também pela greve, como Rondônia, onde apenas 25% das empresas possuem segurança”, destaca o sindicalista Augusto Neto, do Setcam.
Existem três tipos de canais, o verde, onde as mercadorias são liberadas sem necessidade de fiscalização, as vermelhas onde parte das cargas é fiscalizada e as cinzas, em que necessariamente 100% dos produtos necessitam passar por vistoria pelos servidores da Suframa. Antes da greve, 60% das cargas ia para o canal verde, 25% para o vermelho e 15% cinza. Com a greve, o índice de canal cinza está entre 80 e 85%.
Sindicato nega desvio de canais
O Sindframa nega que tenha havido mudança na parametrização das mercadorias. De acordo com a entidade, a fiscalização permanece com o mesmo percentual de produtos identificados como canal verde (90%), mesmo durante a greve.
O presidente do sindicato, Anderson Belchior enfatiza que a escolha da parametrização é feita com base em procedimentos que identificam problemas na receita federal ou estadual, Suframa ou se for identificada a manipulação de documentos.
“O processo é feito através de um sistema e às vezes acontece de alguns transportadores abrirem novamente o processo para inserir novas mercadorias que não pertencem ao canal identificado”, complementa. O sistema reconhecendo indícios de fraude, desloca automaticamente o canal.
Fonte: Portal de Notícias A Crítica
Deixe um comentário