As vendas de caminhões poderão servir de impulso para a recuperação das vendas de veículos no Brasil nos próximos anos. Esta é a conclusão de estudo da MA8, grupo de consultores especializado na indústria automotiva. O movimento será puxado pela expansão do agronegócio, que permanece promissor por causa da demanda global, da oferta de financiamento para o setor, da tecnologia disponível e da perspectiva de melhoria dos portos e da malha viária nos próximos cinco anos.
A perspectiva positiva parece improvável em momento de retração tão severa, com redução de 42% nas vendas de caminhões no primeiro semestre. A estimativa, no entanto, tem como base séries históricas da indústria, mercado, economia e exportações. Estes dados foram relacionados com os elementos do agronegócio que afetam diretamente as vendas de caminhões, indicando a tendência para o futuro.
“O mundo demanda commodities agrícolas e a tecnologia permite que o Brasil produza mais por hectare a cada nova safra, que pode bater os 230 milhões de toneladas no final desta década. Para ajudar o produtor rural, o câmbio deve permanecer favorável ao agronegócio apesar dos aumentos de juros e custos nos insumos. A logística para escoamento da safra continuará por muitos anos dependente do transporte rodoviário e dos caminhões pesados”, explica Orlando Merluzzi, CEO da MA8.
Com isso, a expectativa é que o segmento encerre a década com menor participação na indústria, mas com os maiores índices de expansão. Em 2015 as vendas de caminhões pesados devem somar 19 mil unidades, segundo estima a empresa. O patamar é o mesmo do registrado em 2006, quando a economia chinesa começou a puxar o crescimento global. “Foi a partir daquele momento que o setor automotivo brasileiro deslanchou”, lembra o executivo, apontando que o movimento deve se repetir a partir de 2017, com evolução rápida da China e reflexo positivo no mercado nacional.
Ele espera que a demanda por pesados responda por 22% das vendas de caminhões até o fim de 2015. Com base nos dados dos últimos 15 anos, a consultoria avalia que existe clara indicação de que a demanda por veículos do segmento voltará a crescer em 2016, alcançando 30% de participação. O volume anual de vendas de caminhões chegará a 125 mil unidades anuais até o fim da década, de acordo com a consultoria. Ainda que se concretize, o resultado será bem inferior ao registrado em 2011, ano recorde para o segmento, quando foram emplacadas 172,6 mil unidades.
Fonte: Portal de Notícias Automotive Business
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