Qualquer distração ao volante e, em especial na utilização de celulares, deixa o condutor vulnerável por um grande espaço de tempo. Dados mostram que uma simples ação de enviar uma mensagem de texto, que para muitos é corriqueira, nos deixa às cegas por 3 segundos
A tecnologia, certamente, é um veículo que está cada vez mais à nossa disposição, e, querendo ou não, embarcamos imaginando que somente nos trará benefícios, mas já passou da hora de avaliarmos sob outra ótica, ou seja, nos disciplinarmos para uma utilização segura.
Cada vez mais, os veículos dispõem de recursos tecnológicos, principalmente, para facilitar a vida a bordo dos ocupantes e, em especial, do condutor. Tais recursos, muitas vezes, podem ser úteis ao acessarmos toda esta tecnologia, no entanto, são seguros?
Ainda em relação ao tema tecnologia existem os chamados Smartphones, ou seja, aparelhos de alta tecnologia que fazem tudo com seus aplicativos, inclusive, servem para fazer chamadas telefônicas. A brincadeira é pertinente a este assunto, pois este pequeno aparelho se desenvolveu com tanta velocidade e com tantos recursos que sua principal função já não é mais ligar e receber chamadas telefônicas. Ele se tornou um acessório indispensável para nosso dia a dia. No entanto, seu uso precisa ser disciplinado por nós, para que não nos tornemos dependentes deste aparelho.
Segundo pesquisas do NHTSA (NationalHighwayTrafficSafetyAdministration) no ano de 2013, 3.154 pessoas morreram em acidentes de trânsito nos Estados Unidos em decorrência de distrações ao volante. Tais números assustam, pois, cada vez mais, nos deparamos com recursos tecnológicos, seja no interior do veículo, ou mesmo com a utilização cada vez maior de Smartphones enquanto se dirige, pois, certamente, este número tende a aumentar cada vez mais.
Aparentemente, os botões que estão migrando para o volante, relacionados ao controle do som, atendimento telefônico via bluetooth e outros comandos ligados ao painel de instrumentos deveriam ter a função de facilitar o acesso do condutor aos recursos do veículo. Assim, somente se tornam ainda mais elementos de distração, pois a facilidade está somente em não precisar deslocar com distâncias mais longas os braços para o acesso aos comandos.
No entanto, a distração se mantém. Como exemplo, temos o controle do som no volante, que facilita o acesso aos comandos. Dessa forma, ainda temos de desviar o nosso olhar para o painel do som e a distração ainda permanece. Em caminhões, cada vez mais é comum a instalação de painéis de mensagens, no qual o condutor tem de ler e enviar informações à central de rastreamento. E se isso ocorre quando do veículo em movimento, certamente, eleva, e muito, o risco potencial de distrações ao volante.
Recentemente, fizemos um estudo relacionado às distrações no volante, no qual instalamos câmeras no interior de vários veículos, visando acompanhar e registrar várias situações em que o condutor literalmente dirige às cegas, ou seja, sem nenhuma atenção à via.
Considerando um veículo trafegando a 100 km/h quando da distração, abaixo mostraremos qual distância ele percorreria às cegas, ou seja, sem visualizar a via.
Como conclusão deste teste, obtivemos os seguintes resultados da distância percorrida em função do tempo que ficou distraído:
Com isso, ficou evidente (e é preocupante) que qualquer distração ao volante e, em especial na utilização de celulares, deixa o condutor vulnerável por um grande espaço de tempo. Os dados apresentados nos mostram que uma simples ação de enviar uma mensagem de texto, que para muitos é corriqueira, nos deixa às cegas por 3 segundos.
Estando seu veículo a 100 km/h simplesmente está por 83 metros trafegando sem prestar nenhuma atenção à via. Para que você tenha uma ideia seria como se enfileirássemos 20 veículos pequenos, ou seja, uma distância muito grande para estarmos no comando de um veículo totalmente às cegas.
Com isso, fica cada vez mais certo que qualquer programa de redução de acidentes deve começar individualmente com pequenas mudanças em nossos hábitos e situações comportamentais, as quais vamos adquirindo em nosso dia a dia, percebendo que um chamado telefônico ou uma simples mensagem de texto podem colocar não só nossa vida como a de outras pessoas em alto risco.
Fonte: Portal de Notícias Revista Na Boléia
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