Mais da metade das empresas transportadoras de carga no Brasil, 56%, apresenta alto risco de não pagar as contas em dia nos próximos 12 meses. É o que aponta um estudo inédito da Serasa Experian feito em junho e divulgado nesta terça-feira (24).
A categoria esteve no centro na paralisação dos caminhoneiros que durou 11 dias no final de maio e provocou uma crise de desabastecimento em todo o país, com forte impacto na economia.
Do total de transportadoras com forte probabilidade de calote financeiro, 33,9% já estão inadimplentes ou em processo de recuperação judicial e extrajudicial e falência decretada.
Outros 16,6% das companhias de carga possuem médio risco de não pagar suas dívidas nos 12 meses seguintes, enquanto 27,4% apresentam baixo risco.
Em nota, o diretor de gestão de estratégia da Serasa Experian, Mário Rodrigues, apontou que a situação financeira destas empresas é um bom indicador para entender o que pode estar por trás da crise no setor. “Por isso, é fundamental que as contratantes priorizem a análise diária dessas informações com o objetivo de evitar impactos negativos em seus negócios”.
Risco é maior entre micro e pequenas
Segundo a pesquisa, transportadoras de todos os portes apresentam alto risco de calotes, mas as micro e pequenas empresas – que possuem faturamento de até R$ 4 milhões por ano – estão em situação mais crítica. 59% destas empresas têm alta probabilidade de não pagar as contas, acima da média geral.
Em seguida, 55% das transportadoras de médio porte – faturamento de até R$ 50 milhões/ano – estão nesta situação, enquanto 38% das grandes companhias – faturamento acima de R$ 200 milhões por ano– correm este risco.
O estudo fez a análise de risco de crédito de uma amostra de 4.065 empresas de transporte de cargas que atendem diversos segmentos como serviços, construção civil, bens de consumo, varejo, mineração, metalurgia e agronegócio.
Fonte: Portal de Notícias G1 (Economia)
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