Senado deve votar projeto que facilita a navegação de cabotagem. Projeto flexibiliza regras para deslocamento de cargas entre portos e caminhoneiros reclamam que isso poderia impactar negativamente seu mercado.
Um novo ponto de contenda entre as associações de caminhoneiros e o governo federal está erupcionando com o projeto “BR do Mar” que deve ser votado no Senado até o dia 23 de abril.
O projeto pretende facilitar a navegação realizada entre diferentes portos dentro do Brasil, como forma de transporte de cargas.
O que muda é que hoje apenas empresas com navios próprios podem realizar esse tipo de transporte. A ideia é flexibilizar essa possibilidade, permitindo que empresas aluguem embarcações estrangeiras.
Assim, cargas que seriam transportadas originalmente por via rodoviária poderiam fazer a rota marítima.
Segundo as associações de caminhoneiros, no entanto, o governo estaria votando o projeto “às pressas”, sem estudos suficientes de impacto sobre o mercado de transporte rodoviário, e sobre uma possível concentração desse mercado em torno de empresas estrangeiras.
Crise agravada
No começo do mês, o presidente da Associação Brasileira dos Condutores e Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, mais conhecido pelo apelido “Chorão”, falou em entrevista à colunista Carla Araújo, do portal de notícias UOL, que “não dá mais” para segurar uma resposta aos novos aumentos no combustível impostos pela estatal brasileira Petrobras.
Ele afirma que já articula um possível protesto com integrantes da categoria.
Chorão é um dos mais importantes articuladores do movimento dos caminhoneiros, e foi protagonista nas grandes paralisações de 2018, durante o governo Michel Temer.
Mas, durante o governo Bolsonaro, ele esteve do lado mais “ameno” do movimento, se posicionando contra novas greves – até agora.
“Não dá mais”, disse Chorão ao UOL. “Agora chegou a hora de todos os trabalhadores, os autônomos, dos caminhoneiros se unirem novamente. Vamos mostrar a nossa força de novo.”
Chorão diz estar em diálogo com outras lideranças do movimento, mas que o resultado tende a ser novo protesto, ainda sem data ou forma definidas.
“Eles falam que [o preço dos combustíveis] está defasado, mas a estatal dá muito lucro”, diz.
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