Vias percorrem ao todo 22 estados da federação
As dez rodovias federais mais perigosas do Brasil, aquelas que somam o maior número de mortes e acidentes, atravessam 22 estados. Apesar de terem características diferentes, o denominador comum entre elas são deficiências na infraestrutura. No ano passado, essas vias contabilizaram 14 mortes por dia no país, um total de 5.287 vidas perdidas em 63.447 acidentes. O prejuízo econômico dessa tragédia, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), foi de R$ 10,22 bilhões. “Estudos feitos pela CNT mostram que problemas na sinalização, na conservação das rodovias e traçados ruins podem dobrar os riscos de acidentes”, afirma Alysson Coimbra, diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra) e coordenador da Mobilização Nacional de Médicos e Psicólogos Especialistas em Trânsito.
Segundo o diretor da Ammetra, boa parte dessas mortes poderia ser evitada se o Brasil investisse na revitalização e melhoria da infraestrutura da sua malha viária, mas o cenário apresentado durante evento do Maio Amarelo na CNT mostra que o país caminha na direção oposta. “O atraso em 60% das obras viárias e uma drástica redução no orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), além da redução da fiscalização de trânsito nas rodovias federais, colocam o Brasil ainda mais distante de atingir a meta da ONU para redução de mortes e acidentes”, comenta o especialista em medicina do tráfego.
Em 2020, o Brasil gastou mais custeando acidentes de trânsito do que com a melhoria da malha viária, que consumiu apenas R$ 6,7 bilhões em investimentos. “Investir em infraestrutura salva vidas. Estudo do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) revela que aplicar R$ 500 milhões na instalação de estruturas simples como cilindro delimitador entre as faixas, sonorizador longitudinal e defensa rodoviária em trechos perigosos das rodovias federais reduziria drasticamente o número de mortes. Há saída e ela é mais barata que custear os acidentes”, aponta Coimbra.
O Brasil tem uma malha viária com cerca de 1,4 milhão de quilômetros, boa parte dela sucateada. Esse cenário, somado à deterioração da saúde dos nossos condutores e ao aumento da imprudência no trânsito, amplifica os riscos de mortes e acidentes. “Nosso principal modal é rodoviário. Os investimentos no setor são urgentes tanto para salvar vidas quanto para melhorar nossa economia. Estradas mais seguras reduzem os prazos de entrega, os fretes e são sinônimo de desenvolvimento econômico. Está tudo interligado. A sociedade civil e o poder público precisam entender que garantir a segurança viária salva milhares de vidas, reduz custos e promove o desenvolvimento econômico do nosso país”, afirma Coimbra.
Confira, abaixo, o ranking das rodovias mais perigosas do Brasil segundo estudo da Confederação Nacional do Transporte:
- BR-116 (cruza 10 estados, indo do Ceará ao Rio Grande do Sul)
- BR-101 (cruza por 12 estados, indo do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul)
- BR-153 (cruza 8 estados, indo do Pará até o Rio Grande do Sul)
- BR-381 (cruza 3 estados, indo do Espírito Santo até São Paulo)
- BR-316 (cruza 5 estados, indo do Pará até Alagoas)
- BR-163 (cruza 6 estados, indo Rio Grande do Sul até o Pará)
- BR-364 (cruza 6 estados, indo de São Paulo até o Acre)
- BR-277 (cruza o estado do Paraná)
- BR-262 (cruza 4 estados, indo do Espírito Santo até o Mato Grosso do Sul)
- BR-040 (cruza o Distrito Federal e 3 estados, indo de Brasília até o Rio de Janeiro)
Realmente nossas rodovias deveriam ser melhor observadas com olhos clínicos de engenheiros e políticos dos nossos órgãos tanto federais como estaduais e municipais no sentido de suprir de recursos para solucionar os problemas advindos da má utilização das nossas rodovias, fiscalização ,tanto rodoviária como sanitária pois nossos caminhoneiros dificilmente encontram um posto onde ele possa estacionar, usar um banheiro, tomar um banho ,se alimentar decentemente, e também pernoitar em segurança pois temos muitos assaltos por esse mundo de Deus. Esperamos dias melhores na nossa infra estrutura de transportes.