A Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina, juntamente com os 13 sindicatos filiados que compõem o Sistema Fetrancesc, vem a público manifestar, mais uma vez, repúdio em relação aos constantes aumentos no preço do óleo diesel.
Com o reajuste anunciado pela Petrobras nesta sexta-feira, 17 de junho, o preço médio de venda do diesel da petroleira para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro (alta de 14,26%), a partir de sábado, 18 de junho.
A mudança gera enorme impacto negativo na prestação de serviços do Transporte Rodoviário de Cargas do País, responsável pela logística de mais de 60% de tudo o que se produz e consome no Brasil.
Na nota em que anuncia o reajuste, a Petrobras alegou que o diesel não era reajustado desde 10 de maio – há 39 dias, e o mercado global de energia está atualmente em situação desafiadora, por conta da recuperação da economia mundial e a guerra na Ucrânia.
Confira abaixo o preço dos combustíveis em 2022:
As causas alegadas para mais este aumento, a guerra na Ucrânia, não justificam os novos valores. Enquanto os postos passam imediatamente a alta aos preços, as empresas de transporte não têm essa opção, os embarcadores pressionam para não ter alta e o setor acaba acumulando prejuízos.
De acordo com dados do Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas da NTC&Logística (Decope), o diesel é o maior componente de custos da atividade de transporte, podendo representar até 60% do valor dos fretes nas cargas lotação (em um frete de R$ 1 mil, por exemplo, R$ 600 correspondem à despesa com óleo diesel).
Levantamento da Fetrancesc aponta que, de janeiro de 2021 a janeiro de 2022, o diesel teve elevação de 64% no preço comercializado pela Petrobras. De janeiro a junho deste ano, a elevação foi de 67%. Em paralelo a isso, com o reajuste anunciado nesta semana, desde de janeiro de 2021 o óleo diesel já acumulou 174% de aumento.
A Fetrancesc entende que em um momento de crise generalizada, a Petrobras e o governo federal deveriam ter uma preocupação maior para reduzir a inflação e equilibrar a economia.
Além disso, alerta para risco de colapso no setor do Transporte Rodoviário de Cargas em virtude dos constantes aumentos, em que o transportador chegou no seu limite, não suportando mais a elevação no preço do óleo diesel, gerando um total desestímulo ao empresário em continuar no setor.
Este aumento confirma, mais uma vez, como a política de preços adotada pela Petrobras é equivocada e completamente desconectada com a realidade econômica brasileira e os interesses da sociedade como um todo.
Diante do exposto, na condição de entidade representativa de mais de 20 mil empresas em Santa Catarina, segmento este que demonstra profunda insatisfação com a atual política de reajuste nos preços da Petrobras, a Fetrancesc orienta que (1) a medida acarretará a necessidade de reajuste de 5% a 9% nos fretes, fator que deve ser aplicado emergencialmente; (2) a Petrobras precisa rever o conceito da política de preços da paridade internacional, o parâmetro de reajustes deveria estar em conformidade com a moeda brasileira (R$); (3) é imprescindível que se construa alternativas urgentes para uma política de preços mais justa, equilibrada, que possa atenuar os impactos inflacionários efetivos na economia brasileira e, especialmente, no setor de Transporte Rodoviário de Cargas.
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