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Financiamento integral traz alívio à venda de caminhões

setembro 9, 2014 Tags: , , ,

Caminhões

Apesar de a queda nas vendas de veículos pesados ter persistido de julho a agosto, o setor está mais otimista quanto ao fechamento do ano. A esperança de o último quadrimestre sinalizar alguma recuperação vem da medida anunciada pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico), que permite o financiamento de 100% de bens de capital pela linha PSI/Finame. Até então, até 90% do valor de um caminhão podia ser financiado (leia aqui). A taxa de juros, de 6% ao ano, também foi mantida.

Durante reunião da Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, na quinta-feira, 4, Marco Saltini, diretor de relações governamentais e institucionais da MAN Latin America e um dos vice-presidentes da Anfavea, disse que a nova medida pode trazer um bom incremento para os próximos meses.

“Este ano não está sendo nada fácil. Começamos com as operações de Finame paradas. Depois passamos pelo processo de Finame simplificado para facilitar a tomada de crédito. Ambos os processos, até que fossem implementados, postergaram as vendas. Hoje temos crédito disponível, mas ainda padecemos de alta seletividade dos agentes financeiros e da recessão econômica. Mas a procura por caminhões tem aumentado ao passo que o Finame/PSI passou a financiar 100% do bem. É a esperança que nos restou para o último quadrimestre”, explica Saltini.

Com a medida em vigor, o vice-presidente acredita que será possível atender as previsões da Anfavea: aumentar as vendas de caminhões em 5% neste segundo semestre em relação ao primeiro e anotar queda de cerca de 15% em todo 2014 na comparação com 2013. “O cenário poderia ser ainda pior neste fim de ano sem 100% do financiamento”, aponta.

Saltini calcula que as vendas de caminhões neste ano fiquem em torno de 128 mil a 130 mil unidades. “É uma retração alta, mas ainda sim é o quinto melhor ano na história para o setor de caminhões. Só perderá para outros anos de forte economia: 2013 (com 155 mil unidades), 2012 (139,1 mil), 2011 (foi recorde com 172,8 mil unidades por causa do Euro 5), e 2010 (157,7 mil caminhões). Acredito que voltaremos ao patamar de 150 mil unidades nos próximos anos.”

A linha PSI/Finame do BNDES está prevista até o próximo ano. Mas, para 2015, ainda não tem taxa definida. “Em teoria, o financiamento de 100% do bem de capital permanece enquanto o PSI está ativo. Mas nada é garantido em nosso País”, comenta o vice-presidente.

Outra medida que poderia ajudar no incremento da demanda de veículos comerciais, o programa nacional de renovação da frota, ainda está longe de sair do papel. Luiz Moan, presidente da Anfavea, conta que a proposta já foi entregue ao governo federal e está sendo discutida exaustivamente. “Mas ainda há muitos detalhes a serem definidos. Há pontos no programa que exigem alteração legislativa. Para mudar leis leva tempo, o que significa que ainda teremos de esperar”, declara Moan.

Desempenho até Agosto

De acordo com os números da Anfavea, os emplacamentos de caminhões somaram 87,8 mil unidades de janeiro a agosto deste ano. O volume é 14,2% menor do que o anotado em igual intervalo do ano passado. O segmento que teve a maior retração nos últimos oito meses foi o de semileves, de 33,4%; seguido pelo de leves, com queda de 25,5%. Saltini lembra que ambos os segmentos estão sendo substituídos por comerciais leves por causa das restrições à circulação em grandes centros. Fora isso, seus compradores, que têm menor poder aquisitivo, são os mais prejudicados com a alta seletividade do crédito. Já os caminhões médios são os mais requisitados. Suas vendas caíram apenas 0,5% no comparativo anual.

Somente em agosto, o mercado absorveu 10,8 mil caminhões, em queda de 12,8% em relação a julho e de 18,3% na comparação com agosto de 2013. Neste último mês, as vendas que mais caíram foram as de leves, o equivalente a 13,4%. Saltini explica que agosto foi bastante prejudicado por causa dos ajustes de contratos da linha PSI/Finame. Além disso, boa parte das vendas ainda não foi contabilizada porque os veículos ainda estão recebendo seus implementos. “A partir de setembro, deveremos registrar resultados mais positivos”, aponta o vice-presidente.

Como reflexo da queda nas vendas, a produção de caminhões continua a ser ajustada para conter os estoques. O volume fabricado caiu 22,7% nos primeiros oito meses na comparação com igual intervalo do ano passado, para 100,2 mil chassis. Desse total, saíram das fábricas 11,9 mil caminhões em agosto, volume 2,9% menor do que o observado em julho e 35% mais baixo do que o montado em igual mês de 2013.

As exportações de caminhões encolheram 26,3% nos primeiros oito meses na comparação anual, para 12,1 mil unidades embarcadas. O primeiro semestre foi prejudicado pela demorada negociação do novo acordo automotivo entre Brasil e Argentina, nosso principal comprador. Mas em agosto, com o acordo firmado, já houve indício de recuperação nas exportações. O mês fechou com 1,5 mil caminhões enviados, em alta de 19,6% sobre julho, mas ainda queda de 49,6% em relação a agosto de 2013.

Ônibus

O segmento de ônibus encerrou os primeiros oito meses com 17,7 mil unidades licenciadas, em queda de 16,5% sobre igual período de 2013. Desse total, 2,1 mil unidades foram emplacadas em agosto, que teve leve alta de 0,2% sobre julho, mas ainda registra queda de 24,3% em relação ao ano passado.

De janeiro a agosto, foram produzidos 26,2 mil ônibus no País, 8,4% a menos do que no mesmo intervalo de 2013. Na comparação entre agosto com julho, houve alta de 44,7%, para 4,1 mil unidades. O volume do último mês é também 25,4% maior do que agosto do ano passado.

As exportações de ônibus caíram 23,8% no acumulado do ano, para 4,5 mil unidades. Desse total, 624 ônibus foram embarcados em agosto, o que representa um volume 1,1% maior do que o observado em julho, mas 15,1% menor do que o anotado em igual mês do ano passado.

Veja os dados divulgados:

Fonte: Portal de Notícias Automotive Business e Anfavea


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