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Quadrilha especializada em furto de caminhões é desarticulada

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A Polícia Civil desarticulou, na manhã desta terça-feira, o que considerava ser a maior quadrilha de furto de caminhões do Rio Grande do Sul. Dos 18 mandados de prisão temporária, foram cumpridos 15. Até as 11h, outros três suspeitos de envolvimento em uma série de furtos, roubos e extorsões praticados na Região Metropolitana seguiam foragidos.

Denominada de Operação Tonelada, a ação policial foi deflagrada por mais de 150 agentes em 14 municípios gaúchos, e também em Santa Catarina — Estado para onde parte dos veículos furtados eram levados.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Thiago Lacerda — que com a operação encerra seu trabalho frente à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) de Canoas —, o grupo desmantelado estaria envolvido em cerca de 70% destes crimes ocorridos no Estado. A estimativa é que a organização seja responsável por um prejuízo de até R$ 10 milhões para transportadoras e empresas de logística no Rio Grande do Sul.

Como atuava a quadrilha

Conforme as investigações, que duraram oito meses, a partir de encomendas vindas principalmente de dois receptadores de Santa Catarina, o principal receptador do Rio Grande do Sul, Irondi Borges de Almeida, conhecido como “Cabelo”, articulava puxadores para praticar os furtos de caminhões nos modelos pedidos.

— Os veículos eram furtados principalmente na região do Porto Seco, na zona norte de Porto Alegre, e em Canoas. Com os sistemas de GPS então desativados, os caminhões eram levados para sítios da Região Metropolitana e também para o interior do Estado — afirma o delegado Thiago Lacerda.

Um ou dois dias depois, entravam na ação os chamados atravessadores, responsáveis por levar os veículos até Santa Catarina, onde eram recebidos pelos principais receptadores do Estado vizinho: Rone Peterson de Abreu de Moura, que operava uma oficina de fachada na BR-101, em Tijucas, e Valdomiro Cardoso Pereira, conhecido por “Valma”, com base em Sombrio. Os dois criminosos, presos nesta manhã, também mantinham contato com paranaenses, que adquiriam peças receptadas em Santa Catarina.

Na viagem, os atravessadores eram acompanhados de batedores, que iam na frente e verificavam a presença de barreiras nos postos da Polícia Rodoviária Federal na divisa entre o Estado e Santa Catarina. Os deslocamentos geralmente eram feitos de madrugada.

Ainda faziam parte do esquema os chamados “plaqueiros”, que produziam placas clonadas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul a partir do desvio de chapas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), por valores entre R$ 200 e R$ 400 por placa.

Em uma das mais de 30 mil ligações telefônicas interceptadas pela polícia, foi flagrada a negociação de um caminhão por R$ 35 mil — sendo que o valor de mercado ultrapassa R$ 200 mil. A investigação da Operação Tonelada, comandada pela DFRV do Departamento de Polícia Metropolitana, começou após uma série de furtos ocorridos na Região Metropolitana. Após os crimes, os veículos não eram mais localizados.

Como funciona a organização criminosa:

— Receptadores de Santa Catarina entram em contato com receptadores do Rio Grande do Sul para encomendar caminhões de diferentes modelos.

— Receptador gaúcho encomenda os veículos com os puxadores.

— Puxadores executam os furtos encomendados e desativam os sistemas de GPS (por vezes, agem de forma autônoma, oferecendo veículos aos receptadores ou realizando extorsões).

— Receptador do Rio Grande do Sul oculta o veículo e finaliza a negociação com outros receptadores do Estado ou de Santa Catarina, que encomendou o caminhão.

— Atravessador recebe pagamento para levar o veículo de um Estado para outro. Para isso, monitoram postos da Polícia Rodoviária Federal.

— Na cidade de Tijucas (SC), está o principal receptador do Estado catarinense. Ele possui uma oficina de fachada para desmanche dos caminhões. Outro receptador de SC possui base em Sombrio (SC).

— A organização criminosa mantém contato com paranaenses, onde foram adquiridas peças receptadas em SC.

Fonte: Portal de Notícias Zero Hora


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