Em 1976, a participação da indústria no PIB foi de 22,3%. Hoje é de 11%, mas amanhã pode ser menor. Enquanto a produção industrial no resto do mundo cresceu 10% desde 2014, a atividade nas fábricas brasileiras caiu 15% no mesmo período – e não recuperou o patamar em que estava antes da recessão. Se nada for feito, de acordo com economistas ouvidos pelo Estadão, o Brasil corre o sério risco de deixar de estar entre os dez maiores países industriais do mundo.
A reportagem apresenta dados colhidos pela economista Laura Karpuska, da BlueLine Asset, sobre produção industrial no mundo, nos países emergentes, excluindo a China. Segundo sua comparação, a atividade das fábricas cresceu 8% desde 2014, enquanto na América Latina o desempenho foi de queda de 4%.
Dentre os motivos que levam ao desempenho mais fraco do Brasil em relação aos vizinhos, Laura cita os diferentes choques que vêm impactando a economia do País. A queda nas exportações para a Argentina, que afeta os manufaturados, pode ter tirado até 0,7 ponto porcentual do PIB em 2017 e 2018. Também pesaram a tragédia o rompimento da barreira da Vale, em Brumadinho (MG), e a greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado.
O ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore acrescenta outros. Ele aponta como “erro”, por exemplo, a recriação da indústria naval. “Além disso, diversos empresários foram atrás de proteção, de recursos do (BNDES) e esqueceram de investir para aumentar a competitividade das empresas”, lembra.
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