De acordo com o relator do caso no STF, ministro Luiz Fux, entidades sugeriram valor médio do frete, que duraria por tempo determinado
A reunião de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tabela do frete terminou nesta terça-feira, com uma nova proposta entre caminhoneiros e setor produtivo. De acordo com o relator do caso, ministro Luiz Fux, por muito pouco não se chegou em um acordo entre as partes.
Segundo ele, após debate sobre o assunto, uma nova proposta foi feita para contornar o impasse criado desde 2018, quando caminhoneiros fizeram uma greve nacional.
“Basicamente eles sugeriram um valor médio [do frete] que perduraria durante um determinado tempo. Depois esse valor médio se tornaria um valor de referência, o próprio mercado se autoregularia”, disse Fux. De acordo com ele, as partes envolvidas precisariam de mais tempo para amadurecer a proposta. Uma nova reunião foi marcada para 27 de abril.
“Eu fiz questão de indagar se a questão fosse imediatamente julgada ou se preferiam uma nova rodada de negociação. Eles preferiram nova rodada de negociação para 27 de abril”, comentou.
Caminhoneiros
Para a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), o entendimento entre as partes é uma alternativa para o impasse, já que o país vive na iminência de uma nova paralisação dos caminhoneiros.
“Negociamos mais tempo e houve de certa forma um entendimento de que realmente é preciso uma regulação no mercado de negociação do frete”, disse Diumar Bueno, presidente da entidade. Segundo ele, houve um entendimento do agronegócio e setor industrial, já que atualmente ‘se paga valores maiores que a própria tabela’.
Ele explicou que a proposta apresentada nesta terça prevê o piso mínimo do frete durante três anos. Depois desse período, uma nova negociação ocorreria ou que o mercado deixasse o preço se regular, de forma independente.
“A gente tem confiança na exposição e demonstração dos caminhoneiros de que eles estão buscando ao máximo todas as oportunidades para negociação, para não haver uma paralisação nacional”, afirmou Bueno.
De acordo com o presidente da CNTA, não há problema com os preços e si porque o setor produtivo segue pagando valores maiores que os estabelecidos na política de preços mínimos. “A Esalq é um instituto credenciado e reconhecido e equalizou as distorções que haviam na planilha [do frete] anterior, então não há o que discutir. Na nossa proposta, ela valeria durante três anos para avaliarmos o que vai acontecer no mercado e comprovar que o problema não é o preço porque os produtores já estão pagando valores maiores que os estipulados”, relata.
Veja a reportagem na íntegra:
Deixe um comentário